sábado, 22 de novembro de 2014

Acerca da capa do livro

Várias pessoas têm elogiado a capa do livro cujo arranjo gráfico é da autoria de Armando Lopes, com base numa pintura de Gustave Doré relativa a um episídio da Divina Comédia.

Eu concordo: está não só muito bonita, como tem um significado muito a propósito do livro. Por um lado, a grelha da Tabela Periódica é uma imagem muito forte da química e pelo outro a pintura de Doré evoca os amantes trágicos Francesca e Paolo, leitores de romances de cavalaria, cuja história é contada no canto V do Inferno de Dante.

Nesse dia não leram mais, conta Francesca, e o Poeta fica tão impressionado que cai como morto. 

Para quê esta página?


Um livro da natureza de "Jardins de Cristais" nunca estará acabado. Em 2014, ficaram de fora dezenas de autores e referências que podem considerar-se relevantes. Alguns autores porque eu próprio os conhecia mal, outros porque jnão houve tempo de os incluir, nem seria sensato publicar um livro de divulgação com demasiadas páginas e referências.

Quanto às referências, faltam algumas fundamentais como o "Cânone Ocidental" de Harold Bloom e as "Lições de Literatura" de Nabokov e referência às ideias de Umberto Eco sobre a verdade em literatura. Quanto aos autores, ficaram de fora Faulkner e Kerouac, sobre os quais já tinha um texto envolvendo a contracepção. Faltou escrever um pouco mais sobre o D. Quixote e sobre James Joyce. Faltou Mishima e Murakami, António Lobo Antunes e Gonçalo Tavares, só para referir alguns que não fariam o livro crescer muito. Faltou também incluir mais algumas coisas sobre a literatura desinformante, em especial sobre a Ilha da Páscoa, sobre a qual já tinha algumas páginas. Em suma: com mais uma dezena de páginas, a segunda edição poderia ficar, na minha opinião, muito melhor.

Também, com a pressa para que o livro saísse no final de Outrubro de 2014 ficaram por corrigir algumas gralhas e lapsos. James Matthew Barrie e Dorothy Crowfoot Hodgkin, entre outros, ficaram com os nomes errados! Há uma figura cortada (que aqui reproduzo correctamente). 

Como indico na nota introdutória a culpa é somente da minha responsabilidade por não ter escrito incialmente de forma correcta os nomes e posteriormente por não ter garantido que estes ficavam corrigidos nas provas.

Embora esteja longe de ter ficado perfeito, o livro aponta pérolas e cristais brilhantes nos muitos dos caminhos que ligam a química e a literatura, procurando dar uma melhor imagem da química, tão necessária na actualidade.

Julgo que todos os leitores poderão encontrar neste livro motivos de fascínio e reflexão. Quaisquer dúvidas ou comentários podem-se ser enviadas para o mail spjrodrigues@gmail.com.

Nota de 2013: Parece-me que uma segunda edição é uma possibilidade mais ou menos remota. Assim, nas entradas seguintes irei incluir os textos que tenho trabalhado com correções e acrescentos ao livro.  Indicarei também outros trabalhos que estão para além do livro, mas que fiz e que relacionam a química com a literatura.